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Bela, recatada e do lar, será?

Recentemente trabalhando com meu grupo de psicoterapia de Mulheres, lancei a seguinte questão a elas: “Quem são vocês?”, uma reflexão intrigante passível de aprofundamento. Foi um exercício realizado em duplas, no qual cada participante tinha aproximadamente quinze minutos para expor à parceira quem era ela.

Muito interessante observar o quanto tendemos a ficar presas aos papéis sociais desempenhados por nós, mulheres, sendo que as primeiras respostas foram: somos mãe, filha, esposa, profissional....respostas padronizadas e esperadas revelando condicionamento na qual estamos inseridas.

Esses papéis são frutos do processo de socialização que todo o ser passa. Esse processo nos traz alguns benefícios, porém, também nos limita na forma de nos perceber e perceber o mundo que nos cerca. A socialização nos reforça a nos manter dentro das “caixinhas” direcionando-nos a respostas estereotipadas e de senso-comum.

Somos levadas acreditar que esses papéis sociais são mais importantes do que tudo e aprendemos a nos identificar com eles. A identificação traz consigo uma meia verdade, ou seja, o indivíduo vê a realidade através de modelos que precisam ser seguidos ou imitados. Mas, será que esses modelos tem um significado real e pessoal para cada uma de nós? Ou reproduzimos esses modelos para perpetuar os papéis sociais impostos?

Depois dos quinze minutos passados, se perguntando quem sou eu, abrimos uma porta para um lugar mágico chamado: identidade pessoal e transcendemos o lugar comum. Conseguimos ultrapassar a representação de papéis e nos vemos desnudas diante do espelho da vida. Surge a possibilidade do novo. A importância do que é essencial para cada uma de nós começa a emergir.

Você, mulher, alguma vez, já vislumbrou o que compõe o seu Eu maior? Seus sonhos, seus desejos, seus sentimentos, sua alma enfim aparece. Não importa o número de anos que você tenha vivido, alguma vez já se sentiu como se ainda estivesse com 16 anos? Essa é sua alma. Sua alma é eternamente jovem e, embora cresça em experiência, ela possui a exuberância, a curiosidade, a busca, criatividade e a espontaneidade da juventude.

Então, quando estamos mergulhadas em um caminho de autoconhecimento devemos lembrar que a condição de estarmos é muito diferente da condição de sermos. Quando digo: “Eu estou casada, mas, eu não sou o casamento”. Ou ainda,“estou mãe, mas não sou a maternidade”. “Estou psicóloga, mas não sou a psicologia”....quero dizer que por trás dos papéis desempenhados escondemos o nosso verdadeiro EU; o nosso verdadeiro estado do SER.

Os papéis são importantes na vida do indivíduo, porém somos muito mais do que isso.

Na medida em que vamos nos descobrindo, vamos nos possibilitando ao aprofundamento e o contato com nós mesmas. Nesse momento, abrimos espaço para explorar nossas riquezas interiores enquanto mulheres.

A mulher precisa ser pioneira nesse movimento de buscar forças em seu interior; como um eixo de roda que gira em meio a tantas atividades, a mulher precisa encontrar seu próprio eixo para alcançar seu amadurecimento pessoal.

E se eu te disse que temos um grupo de Psicoterapia para Mulheres? Quer discutir mais esses assuntos em grupo?

Abraços

Rose.

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