A importância de sua criança interior
Antes de refletirmos sobre o tema gostaria de deixar uma indicação de filme antigo e muito interessante: “Duas Vidas”. Esse filme consegue com muita delicadeza, bom humor e sensibilidade discutir sobre essas duas partes de nosso ser: nossa criança interna e nosso adulto. Vale a pena conferir!
Bem... a idade adulta nos faz, muitas vezes, passarmos uma borracha em cima da criança que um dia cada um de nós, foi. É como se enviássemos um comando decretando a extinção dessa criança que implora nossa atenção. Ela fica irritada e birrenta sentindo-se incompreendida porque seu espaço está sendo reduzido.
Se você adulto, por algum motivo, algum dia já se sentiu “endurecido pela vida”, sem motivação de seguir, sem vibração e energia, com certeza você “quebrou” essa conexão com sua criança interior e não está conseguindo mais ouvi-la. Retraiu sua expressão emocional.
Muitas pessoas que hoje são pais ou mães procuram incessantemente agradar e escutar a criança de seus filhos. Fazem tudo por eles, na tentativa de resgatar algo que às vezes ficou perdido na sua própria história de vida. É como se fosse permitido alimentar a criança do outro, mas a nossa não tem espaço. E seguimos acreditando que a vida seja mesmo assim, e nos conformamos achando que não podemos mais voltar no tempo e que agora por sermos adultos, só nos resta as obrigações, as responsabilidades, deveres, compromissos, enfim, os pesos da vida. Cada vez mais, nos distanciamos de uma parte de nós que continua intacta e inteira que é capaz de sentir alegria, prazer, espontaneidade, entusiasmo, curiosidade pelo novo (quantos de nós já perdeu essa capacidade), coragem e deslumbramento pela vida. Todas são características de sua criança interior. Essa parte interior também é conhecida como nossa essência. Quando nos desconectamos dessa essência através de atitudes como o auto-abandono, auto-rejeição, sentimento de vergonha e auto-repressão, tolhemos o desenvolvimento de nossa autenticidade e espontaneidade diante da vida. Transformamos-nos em “robôs autômatos”.
Essa criança é um símbolo de união que reúne nossas partes separadas.
É a sua parte genuína e sua força contém todo seu potencial para as atividades construtivas em sua vida.
Só crescemos e amadurecemos quando levamos em consideração essa criança esquecida por nós. E isso implica, em uma atitude interior positiva por parte de nosso adulto dando suporte amoroso e incentivo a expressão adequada dessa criança. Esse trabalho de resgate é imperdível se você quer crescer e expandir suas potencialidades. Comprometa-se com você. Aposte em seu autoconhecimento.
Rosemeire Trindade Menoita
Psicóloga Clínica