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Estou alinhado com o que sinto e penso ou estou em uma robotização sem fim?

Dentro do trabalho psicoterapêutico, tenho observado de maneira muito freqüente a dificuldade que as pessoas têm de reconhecer suas características negativas. Fomos ensinados e programados a sermos os melhores, perfeitos e bonzinhos indo de encontro a uma expectativa social. Não temos espaço para dúvidas, erros ou sentimentos que são considerados menores como: a raiva, o egoísmo, a vergonha e o medo tão presente nos dias de hoje em nossas vidas! Não é que não sentimos tais emoções, é que simplesmente como fomos induzidos a pensar que é “muito feio” senti-las, então, eu as nego e elas acabam sendo inconscientizadas. Elas ficam quase esquecidas porém, em um momento de desequilíbrio emocional, tomamos contato com elas. E ficamos desconcertados, pois não sabemos lidar com essa força.

Outra situação muito comum de se observar é que nós reparamos no outro aquilo que não conseguimos perceber em nós mesmos. O que vemos no outro com muita clareza oculta-se de nós próprios. E o mais interessante é que só reconhecemos no outro, o que é nosso também. Caso contrário, não reconheceríamos tais características, passariam despercebidas. Fazemos isso principalmente com o que é negativo ou ruim, eu deposito a responsabilidade no outro. Normalmente dizemos: “Eu não sou assim, mas ele é”.

Isto tem algumas razões para acontecer. Uma delas, como foi tido acima são os nossos condicionamentos que nos levam a respostas padronizadas (dentro da caixinha como se diz vulgarmente). Isso provoca em nós, uma espécie de alienação e desapropriação dos nossos sentimentos e emoções. Temos que dar uma resposta condizente “ao tal padrão” que esperam de nós. Isso vai criando milhões de barreiras internas e desconectando o Ser dele mesmo. Como resultado, temos muita gente repetindo comportamentos iguais sem ter a noção real do porque estão fazendo isso. Será, de fato, que aquela resposta que estou dando ao meu processo, é minha ou é uma repetição de algo que preciso corresponder? Estou ao dar uma resposta ao meio, alinhado com o que sinto, intuo e penso ou estou numa robotização sem fim?

Quando perco o contato comigo mesmo (emoções, sentimentos, intuição e a própria razão) como vou ser capaz de reconhecer o que é meu e o que é do outro? A confusão está estabelecida.

Outra razão para isso ocorrer, é a autoproteção (nesse caso, uma espécie de defesa). Por que vou admitir que o que eu faço a maior parte do tempo, dia após dia, é insuportável e inconcebivelmente repetitivo? Negando tal atitude, me livro da ansiedade que tal questionamento poderia provocar...pois quando entro em contato com minhas emoções, isso pode gerar desconforto, em saber que você se mantém ali justamente para não enfrentar o que tem medo. Então, nos acomodamos, nas tais respostas repetitivas e padronizadas. Isso causa uma perda considerável na qualidade da vida emocional que reflete em todos os âmbitos: profissional, pessoal, financeira, sexual, etc. É nesse exato momento que criamos um ciclo de auto-sabotagem, onde nós somos nossos principais inimigos! Aquilo que mais queremos foge de nossas mãos, pelo simples fato, de nos mantermos prisioneiros desse tipo de repetição. Afinal, a censura é inimiga da criatividade!

Por isso, o trabalho de autoconhecimento através da psicoterapia vai resgatar esse contato conosco quebrando esses padrões doentios e repetitivos trazendo ganhos como a autonomia e a liberdade de expressão melhorando a qualidade emocional do indivíduo.

Grande Abraço.

Rosemeire T. Menoita

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