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Sentimento de culpa - muitas pessoas sofrem desse mal


sentimento de culpa, muitas pessoas sofrem disso

A culpa se originou essencialmente nas religiões, na concepção da ideia do “pecado irreparável”. Além do mais, somos bombardeados com a crença do ser perfeitos. No entanto, não viemos a esse mundo para sermos perfeitos. Estamos aqui em uma situação de aprendizado.

Segundo o psiquiatra Carl Gustav Jung, a verdade vem do erro, ou seja, chegamos a verdade ao errarmos. Infelizmente, quando nos impomos padrões rígidos de perfeição, não admitimos a possibilidade do erro em nossas vidas. E como somos seres humanos, mais cedo ou mais tarde, erramos! Daí nasce o sentimento de culpa, pois percebemos a nossa “ineficácia e insucesso” em direção a tal perfeição.

Dessa forma, a culpa por não sermos perfeitos enquanto (pais, filhos, marido, esposa, profissional, etc) faz com que esse sentimento se volte contra nós mesmos! Como resultados disso, as pessoas tomam atitudes do tipo:

  1. Autopunição: (movimento inconsciente) - se pune ficando doente, sendo vítima de acidentes, roubos constantes, etc.

  2. A ideia da falta de merecimento diante da vida: sentindo-se não digna da abundância do Universo em direção a ela.

  3. Assume postura de vítima diante das situações vividas: A pessoa se coloca em um espaço sem alternativas de mudar diante dos problemas apresentados.

 

O sentimento de culpa interrompe todo o fluxo de novas oportunidades de crescimento e evolução do Ser.

 

À luz da psicologia, a base da culpa esconde nosso sentimento de orgulho, onipotência e presunção de que viemos ao mundo para tal perfeição. Como não atingimos esse grau de exigência interna, isso nos traz muita raiva, pois estou “fora do padrão exigido”.

Os gatilhos que disparam nosso sentimento de culpa são:

1) Preocupação excessiva com a opinião dos outros;

2) Não conseguir falar “NÃO” aos outros, pois tem grande necessidade em agradar. Só reforçando que quando perco a capacidade de dizer não, perco minha espontaneidade de ser coerente com o que penso, sinto e desejo;

3) Estão sempre fazendo algo pelo outro e não criam espaços para doar para si mesmo;

4) Não conseguem administrar seu tempo, pois estão sempre sobrecarregados com a demanda dos outros;

5) Baixa auto-estima (falta amor próprio);

6) O sentimento de raiva que não foi exteriorizado no momento oportuno.

7) Dificuldade de se apropriar do prazer e da abundância da vida;

Nesse momento, a pessoa se vê muito frustrada, apática podendo desenvolver uma depressão.

Transcendendo a culpa

Só quando aceitamos que a perfeição é uma impossibilidade humana e que temos limites nesse plano; de que não temos todas as respostas para o que nos acontece; quando aceitamos que somos passíveis de falhas, erros ou enganos; quando abandonamos nosso complexo de onipotência; quando percebemos que agimos (no passado ou no presente) com o grau de consciência que temos no dado momento é que o sentimento de culpa deixará de existir em nossas vidas.

Entendam que as respostas que foram dadas para cada evento vivido, foram o mais adequado e possível para os padrões que você tinha à época. Por isso, não existe culpa.

As falsas expectativas de como nós e os outros deveriam ser e de como deveríamos nos comportar diante dos fatos e acontecimentos cria em nós padrões idealizados e que pouco correspondem à realidade.

Culpa diferente de responsabilidade

A culpa é um sentimento de paralisação e estagnação. Nada fazemos nesse espaço. Ao assumir nossos erros nos responsabilizamos e criamos uma abertura para o amadurecimento. Usar nossos erros e desacertos para o nosso crescimento interior.

 

“Mesmo os comportamentos do Mal, não devem ser vistos como perdição, mas como opções equivocadas do nosso livre-arbítrio e que não deixam de ser experiências compensatórias e de aprimoramento a longo prazo” – Joanna de Angelis

 

Enfim, todos têm livre – arbítrio e podemos atrair escolhas conscientes ou inconscientes. Cada Ser vai de encontro às experiências que precisa atrair para a sua evolução emocional e espiritual.

Perdoar a si mesmo, se faz necessário, quando exigimos de nós comportamentos idealizados e irreais.

Gosto muito de trabalhar com afirmações diárias que relembrem a cada um de nós nossa humanidade e dignidade diante da vida.

Aquilo que fiz, foi o melhor possível (a melhor resposta) para o momento em questão.”

Paz e Luz para todos,

Rosemeire Trindade Menoita

Psicóloga Clínica

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